Quinta de Paio Correia
A mística Quinta de Paio Correia, como o povo lhe chama é na verdade a junção de duas antigas quintas, de seu nome “Casais das Pontes” e “Galegueira”. Percebe-se que outrora, grande e imponente, era um local de boa escolha com uma vista lindíssima. A casa senhorial foi habitada por várias gerações da família Moura e Borges, mas atualmente pertence à família do Dr. Brito Paes, foi comprada pelo seu bisavô em 1953/1954.
“Assumindo-se como centro de uma vasta exploração agrícola, esta casa revela o prestigio da família que a adquiriu, quer pela estrutura construtiva adotada (edifício de três pisos), quer pelo investimento na sua decoração, incluindo bons conjuntos de azulejos pintados à mão, quer ainda pelos excelentes jardins que a rodeiam, a partir dos quais se espraiavam os vinhedos”. (Fonte: João, “A dos Cunhados Itinerários da Memória”).
É um local interessante para visitar, mas é importante ter cuidado porque a casa está num estado lastimável, mas continua extremamente fotogénica e proporciona fotografias muito interessantes. Em baixo, está um excerto retirado de uma tese desenvolvida por António Borges Vinagre, relativamente a uma futura exploração agropecuária da Quinta de Paio e Correia:
“No reinado de D. Afonso III, o abade e prior do Convento do Mosteiro de Santa Maria de Pombeiro, do Arcebispado de Braga, trocou com aquele monarca propriedade que o dito mosteiro tinha nos termos de Lisboa, Alverca, Torres Vedras, Alenquer, Santarém e Leiria, por propriedades que o monarca tinha no arcebispo de Braga, Cabeceiras de Basto, etc. Chamava-se o referido abade e prior Payo Peres Correia, que, presumivelmente, teria dado o nome a esta quinta. Esta propriedade passou mais tarde para a posse da Casa Lavradio. Com o andar dos tempos, esta Casa […] viu-se obrigada a largar de mão esta quinta […] foi comprada então ao 5º Marquês do Lavradio por João Moura Borges, que a esta quinta juntou, mais tarde, os Casais das Pontes e da Galegueira e vários pinhais. Durante duas gerações, esta propriedade foi pertença de sua família, a qual embora possuísse também largos haveres em Lisboa, em pouco tempo se viu arruinada, devido à má administração dos seus descendentes. Finalmente, os netos de Moura Borges viram-se obrigados a deixar ir a quinta à praça. E assim, a atual sociedade proprietária, que emprestara dinheiro a Moura Borges, com base na hipoteca da propriedade, arrematou-a em haste pública, em 27 de Novembro de 1932. “
Com o passar do tempo, a casa deixou de ser habitada e necessitava de obras profundas, mas os donos não quiseram ou puderam investir o dinheiro necessário e acabou ao abandono. Hoje em dia, é uma sombra do que foi, mas mesmo assim vai despertando a curiosidade das pessoas que passam na estrada nacional e a veem ao longe.