Casa do Velho Resmungão
Nem sei por onde começar a contar o que foi, provavelmente, um dos momentos mais caricatos que tive num local abandonado (não foi o mais caricato, esse fica para uma próxima), mas deve estar no top 3.
Visitei esta casa pela primeira vez com alguns amigos que já lá tinham estado, foi o último spot que visitámos naquele dia e com a luz a ficar escassa, foi tirar algumas fotos à pressa e ir embora. Eles já lá tinham estado antes, um deles até já tinha estado duas vezes. O portão estava aberto, a casa já estava muito vandalizada com todas as portas e janelas abertas, mato até ao telhado e um pobre Fiat 600 na garagem, com alguns vidros partidos.
Pensei logo “tenho de voltar com mais calma”, explorar o local como deve ser e tratando-se de um sítio tão calmo e com um acesso tão facilitado foi o que acabei por fazer alguns meses depois. Andava na zona com um amigo e resolvemos lá passar. Estacionei, entrámos e estava praticamente tudo igual ao que vi da primeira vez. O mato, logicamente, estava maior e o pobre Fiat já tinha um enorme buraco no vidro da frente.
Comecei a preparar a máquina e tripé para tirar algumas fotografias, quando inesperadamente apareceu ao nosso lado um homem, especado a olhar para nós, mas sem dizer nada. Disse-lhe boa tarde ao que me respondeu “vocês são os donos disto?” ao que eu respondi que não e de imediato e com um tom agressivo disse-nos “então rua, rua daqui para fora” e eu perguntei “é você o dono?” mas não obtive resposta, só dizia para sairmos do local, de forma extremamente rude e eu fui insistindo na pergunta “mas é você o dono?”, no entanto, sempre sem resposta. Obviamente que não era, era apenas um vizinho resmungão, que por qualquer razão não gosta de ver gente por ali a fotografar.
A discussão continuou, até que chegou ao descabimento do senhor perguntar “vocês também gostavam se eu invadisse a vossa casa?” como se aquilo fosse uma casa habitada ou como se minha casa estivesse aberta ou tivesse mato até ao telhado. Enfim, por esta altura já havia demasiada tensão no ar e eu, bem como o meu colega, resolvemos arrumar o equipamento e ir embora.
Com algumas pessoas, simplesmente não dá para falar. Eu percebo que o senhor não nos conhece, que estamos em propriedade privada (embora totalmente abandonada e com mato até ao telhado, como disse anteriormente) e estava tudo aberto sem qualquer sinal a indicar para não entrarmos. Mas mesmo assim, ainda que só estando a fotografar, eu percebo perfeitamente que podemos não ser bem-vindos e tudo bem, pediam-nos para sair e nós, educadamente, íamos embora sem problemas. Mas falar connosco de forma extremamente mal-educada e rude, quando só estávamos obviamente apenas a fotografar, achei desnecessário.
Mas a situação piorou. Já íamos a sair, sempre com o senhor e o filho (que apareceu, entretanto) atrás de nós e do nada, sem justificação nenhuma, fomos ameaçados de pancada. Eu sou muito paciente, mas não aturo ameaças e por isso acreditem que o ambiente ficou tenso, mas o homem era como aqueles cães que ladram muito, mas não mordem.
Enfim… mais uma aventura, mais uma história. Infelizmente, da casa nada consegui saber e as poucas fotos que tenho (todas publicadas neste artigo) foram da primeira visita, pois da segunda nem um disparo fiz.
bom trabalho adorei as fotos mas realmente é pena esse 600 ali acabar os seus dias mas infelizmente tem gente capaz de tudo casa belissima e encontra-se em que local jà agora? obrigado
Lamento Carlos mas não revelo o local. É uma pena acabar ali os seus dias é verdade, mas tal como revelei na história em cima tive problemas de andar por lá e estava apenas a fotografar, e como é lógico não vou indicar o local a mais pessoas correndo o risco de serem apanhadas também, principalmente pessoas que não conheço pessoalmente e não sei as suas intenções, espero que compreenda, cumprimentos.
é claro que compreendo que estes locais geram curiosidade a quem acompanha estes sites… mas a preservaçâo dos espaços está em 1o lugar… excelente profissionalismo… bem haja
Obrigado Rui 🙂
André Ramalho , muito bem .
Nunca revele os locais para onde o senhor passa , nota se que o senhor é mesmo apaixonado por locais abandonados , o Sr Rui que me desculpe e não me leve a mal sobre este comentário , o senhor tb pode ser um aficionado de locais abandonados mas se encontrar algum local abandonado nunca diga o local pois existem pessoas que lá vai buscar as coisas
Belas fotos
Quanto ao senhor resmungão e as ameaças , eu chamava a polícia e mostrava o blogue ,e fazia queixa sobre os senhores caso não fossem os proprietários da habitação
Boa continuação
Isto de andar a visitar propriedade alheia sem autorização tem o que se lhe diga. Um dia pode correr mal tanto para si como para o proprietário . É preciso calma e cuidado e principalmente respeito. Apesar do que faz não ser muito correto na minha opinião valorizo o seu trabalho que está feito com muito gosto e faz muito bem em não divulgar a localização que existem muitos larápios camuflados por este país.