Casa Alta
Afinal, nada disto tem importância nenhuma. Vivemos, poupamos, compramos e no final fica cá tudo, por vezes abandonado. Então foi tudo para quê? É por vezes o que me ocorre ao ver estas casas, deixadas ao Deus dará. O importante é viver a vida, não interessa deixar um legado, senão existir quem cuide dele. Numa altura em que as pessoas trabalham muito mais do que deviam, é importante parar e colocar os bens materiais de lado. Não são eles o mais importante e este blog é um lembrete disso mesmo.
Mais um dia, mais uma aventura. Quem passar perto desta casa, não fica indiferente a ela. É estranhamente alta, ao ponto de parecer desproporcional em comparação ao seu diâmetro. Com rés-de-chão, primeiro e segundo andar e também sótão, é definitivamente uma casa imponente.
Pertenceu a uma família ligada à produção de vinho e a julgar pelo número de camas (contei pelo menos 9), foi habitada por uma família bastante grande. Existem alguns documentos, algumas fotografias, mas não encontrei nenhuma informação ou história relevante para partilhar.
A casa já foi vandalizada e roubada. Por fora tem imenso mato, mas é este o género de locais que mais gosto de visitar. Existem locais abandonados que vão desde ruínas até casas totalmente arranjadas e quem segue este blog, já se apercebeu disso, mas locais muito arranjados ou que tenham sido abandonados há poucos anos deixam-me desconfortável a fotografar. Eu sei que pode parecer estranho, mas eu prefiro estes locais, cheios de teias de aranhas e pó, sítios que já estão abandonados há uma eternidade e que muito provavelmente não vão ser recuperados, isto sim são verdadeiros locais abandonados.
Engraçado (sem graça nenhuma), foi explorar outra casa próxima desta, que tal como esta tinha o portão principal aberto, mas depressa percebemos que o terreno a rodear a casa (que não era habitada e tinha sinais claros de abandonado e degradação) era usado para manter animais. Resolvemos então sair e quando o fizemos estava cá fora um senhor pronto a colocar as ovelhas que tinha ido “passear” de volta ao terreno, obviamente que saímos de fininho sempre a ser observados com a máxima atenção pelo homem, que curiosamente nada disse, mas parecia querer.
Por vezes, este género de situações acontece. É preciso arriscar um pouco, mas também é preciso ter a noção que embora o local posso estar abandonado, estamos em propriedade privada que não nos pertence e é preciso respeitar isso, bem como ter cuidado, porque nem sempre as coisas são o que parecem ser.
Olá André gosto muito do seu blog, e das histórias que conta acerca desses lugares, mas vai-me desculpar pela minha opinião. Quando diz que alguns lugares já foram roubados, desculpe novamente mas não consigo ver as coisas por esse prisma, tenho por experiência com pessoas da minha família, que os herdeiros não quiseram absolutamente nada, que estava na casa dos falecidos, por considerarem que eram coisas velhas e que não prestavam, eu acho que aconteceu o mesmo com alguns dos lugares que visitou. Se entretanto foi lá alguém que levou coisas, se calhar essas coisas foram proveitosas para essas pessoas e deram uma nova vida a objectos que estavam abandonados, e alguns objectos são demasiado belos ou interessantes para ficarem esquecidos e a apodrecer. Sei que não me pediu a opinião, e por isso volto a pedir desculpa, mas é o que eu acho. muitos parabéns pelo seu magnifico trabalho.
Olá Luisa. Compreendo e respeito a sua opinião, no entanto ir a casa de outra pessoa (abandonada ou não), e levar algo é roubar, independentemente dos motivos. Obviamente que eu percebo o que a Luisa diz, e em certos casos não discordo… esta casa por exemplo, está entregue aos bichos, se alguém lá for e vir algo que goste e levar eu compreendo, não é algo que eu faria mas compreendo os motivos.