Casa do Fiat 600
Uma casinha com um segredo bem guardado, é a melhor forma de descrever este local que tive a oportunidade de visitar, há cerca de três anos. Os proprietários desta casa eram donos de uma mercearia e viveram no local até falecerem. Para além da casa, tinham um anexo que era usado como local de festas e outros eventos do mesmo género. Após o falecimento do Sr. Joaquim e da Sra. Almerinda, a casa foi deixada aos herdeiros, mas nunca mais foi habitada ou utilizada com frequência.
A mercearia ficava no rés-do-chão da propriedade e está atualmente inacessível. A casa fica por isso no primeiro andar e no decorrer da exploração, descobri num dos quartos vazios um alçapão. Estranho, eu sei, mais estranho é que efetivamente o alçapão dava acesso a outra área da casa, uma garagem que fica também no rés-do-chão da propriedade.
Ao espreitar cuidadosamente pelo buraco, noto que ao fundo estava um pequeno carro azul bebé. O objetivo naquele momento passou obviamente por conseguir descer e ter acesso ao veículo para tirar algumas fotos. Não foi fácil, o buraco era apertado e era preciso descer por um amontoado de lixo e móveis antigos, mas passado um pouco já tinha os pés firmes ao lado do carrinho.
Tratava-se de um Fiat 600 (alterei a matrícula nas fotos para proteger o veículo) muito bonito e em muito bom estado. O meu pai chegou a ter um mini (sim, obviamente não é a mesma coisa), mas fez-me lembrar esse carro e fez-me pensar como era giro ter um clássico destes na minha garagem. Talvez um dia.
Este local encontra-se em avanço estado de degradação, em uma das fotos é possível ver uma cómoda que está a ser literalmente engolida pelo buraco que existe no chão. No caso desse quarto em específico, tive de tirar a foto do lado de fora, encostado à porta, porque realmente o piso estava muito perigoso.
Espero que o Fiat 600 acabe por ser resgatado um dia. Felizmente está guardado, acho sinceramente que já nem os vizinhos se lembram que carro lá está, é um segredo muito bem guardado e continuando em bom estado, é provável que um dia volte à estrada.
Boa tarde.
Também sou um apaixonado por estes locais e parte dos objetos que neles se encontram . Talvez um dia com viagens no tempo se possa ir ao passado e ver a “vida” que os locais tinham. Lamentavelmente por incúria ou outros, boa parte deste patrimônio vai desaparecer. Os baús apaixonam-me sempre desde a infância em que sonhava com os tesouros. Parte do mobiliário merecia um restauro quer pela qualidade como pela beleza. Madeiras maciças e nobres são hoje uma raridade. Impera o IKEA e similares de usar e deitar fora.