Pensão Tozé
Durante umas curtas férias no norte, decidi tirar dois dias para explorar alguns locais abandonados. Um desses locais foi esta pensão, situada numa pequena vila conhecida pela sua estância termal, onde as águas possuíam características ímpares, cedo descobertas pelos locais, que as utilizavam no alívio das maleitas que os afligiam no dia a dia.
No séc. XIX, o poder curativo dessas mesmas águas ultrapassou as fronteiras das suas fontes, atraindo o interesse de todos aqueles que sofriam dos males do aparelho digestivo. Durante décadas, a vila teve um movimento incrível e para acolher os turistas foram criados diversos hotéis, residenciais e pensões. Mas a fama e interesse por esta vila foi diminuindo com o passar do tempo, o que levou muitos destes estabelecimentos a serem fechados.
Esta pensão foi construída nos anos 50 e esteve em funcionamento durante mais de 40 anos. O seu dono, o Sr. António José foi envelhecendo, assim como a pensão e numa altura em que já existia necessidade de obras na estrutura do edifício e também renovação da decoração, foi decidido que o melhor seria encerrar permanentemente a pensão. E assim aconteceu.
Não sei especificar quantos quartos existem na pensão, mas penso que seriam entre 40 a 50 quartos distribuídos por 3 pisos. Muitos dos quartos eram idênticos e, portanto, tentei fotografar apenas aqueles que eram mais diferentes e interessantes.
Desde 2004 que a pensão está fechada e mantém-se fechada, curiosamente bastante intacta e por essa razão não coloco o nome real, nem localização, na esperança que o local se mantenha assim, até que possa ser aproveitado para outro tipo de projeto.
Ola André,
Que pérola!
As estâncias termais também perderam afluência quando deixaram de ser comparticipadas pelo SNS!
Continua o excelente trabalho!!!
Olá Rosa, desconhecia esse facto, obrigado pelo comentário.
Incrível o facto destes locais serem abandonados e/ou deixados para trás de uma forma tão caricata. Como o caso do restaurante, ninguém sabe o que aconteceu de verdade, ao pormenor, para as pessoas/funcionários/donos saírem quase que apenas com “a roupa que trazem no corpo” se é que me faço entender. Li todas as histórias que publicaste mas decidi realmente escrever nesta, pois confesso que as mesas ainda postas, deram-me até arrepios!
Parabéns André, pelo trabalho, partilha de histórias e emoções fantásticas que nos dás a conhecer!
Muito obrigado pelo comentário Rita. Fico feliz em saber que leu todas as histórias que publiquei, obrigado 😉