Vivenda Califórnia
A Vivenda Califórnia, foi dos abandonados que mais gostei de visitar. Tem a maioria do recheio ainda presente, tal como foi deixado, embora se note que a gatunagem já passou por lá (muitas gavetas abertas e outras coisas claramente remexidas). Possivelmente andavam à procura de pequenos objetos com valor e é bem possível que tenham encontrado, pois parece que os proprietários foram embora e deixaram tudo para trás tal como estava.
A vivenda tem claramente um estilo americano, mas depois de ler algumas cartas e ver alguns documentos, fiquei a perceber que na verdade os proprietários eram portugueses, que estavam emigrados nos Estados Unidos e que a vivenda era uma casa de férias. As cartas mencionam que a família era composta por um casal com uma filha e um filho, mas por estranho que pareça, na casa só encontrámos roupa de mulher no quarto principal (que deveria pertencer ao casal), mas encontrámos depois um documento sobre um divórcio que pode explicar o motivo.
Existem mais 3 quartos na casa, um deles da filha, com várias bonecas e artigos de criança, um quarto pertencente ao filho, com base no tipo de roupas que estavam no armário e outro no sótão, que dá-me ideia que era um quarto para visitas. O que mais me espantou na casa foi a sala, com um serviço de bar a um canto com algumas garrafas, uma lareira em mármore e uma parede toda espelhada.
Uns meses depois de visitar a casa, informaram-me melhor sobre a história. Os proprietários da casa que estavam emigrados, separaram-se, ambos regressaram a Portugal e a mulher ficou com a casa. Uns anos mais tarde, os pais dela estavam bastante doentes e ela voltou a viajar para a Califórnia com os filhos e nunca mais voltou. A casa ficou ao abandono, o ex-marido ficou em Portugal e perdeu a ligação com os filhos, que indica já não ver há mais de 20 anos.
Uma história triste, que explica o motivo da casa estar ao abandono. Estranho é a casa não estar, nem nunca ter estado à venda. Possivelmente, a mulher e filhos pensavam em regressar, mas nunca aconteceu. Será que sabem que a casa está aberta e já foi alvo de furtos? Isso não consegui saber, mas é possível que pensem que a casa está fechada e preservada e se um dia voltarem vão ter uma infeliz surpresa.
Excelente trabalho. Estou maravilhada com as histórias e as fotos, mas ao mesmo tempo, com muita nostalgia na alma.
Não entendo o hambúrguer presente numa das fotos. Não pode naturalmente ser da época e também não pode ser de plástico e ter estado anos pousado no sofá pois o guardanapo está imaculado, não tem pó nem sujidade alguma…
O hambúrguer é de plástico, em relação a estar em cima do sofá durante anos, não sei se esteve ou não, mas foi assim que o encontrei.
que peluches sao esses sao do? As Aventuras De Teddy ou Garfield ?
Adorava adquirir este imovel e ter onprazer da investigação di seu proprietário para negociar. Ajudas me?
Olá Helder. Lamento mas não posso ajudar, não sei quem é o proprietário.
Onde fica esta vivenda ?
Olá Olena. Lamento mas não posso revelar.
Olá, André!
Obrigado pela partilha destas “memórias ainda frescas”, assim como tantos outros sítios encantados.
E um grande obrigado pela a atitude ética de não revelar a privacidade dos locais, como muitos fazem para ganhar uns likes…Enfim.
Confesso que encontrei um ou outro sitio após muita pesquisa, mas quando lá cheguei, muitos dos locais estão todos danificados e cheios de graffitis nojentos… alguns até com vestígios de fogo posto… não percebo o porquê de estragar a memória de outrem.
Espero ver mais registos em breve!
Cumprimentos 🙂
Muito obrigado pelo comentário Agato. Também não percebo as atitudes de algumas pessoas para com estes locais, é muito triste. Boas explorações! Cumprimentos 🙂
Olá André, muito bonito o local, não sei se foi furtado mas se foi deve ter sido à pressa, pois está aí um whisky que vale à vontadinha 200€, falo do glenmorangie 18 anos, um icónico single malt. Adoro viver estas experiências de exploração através da tua objectiva, um dia destes ganho coragem e faço me à descoberta, abraço.
Força! Tantos locais por explorar, força nisso! Cumprimentos 🙂